Acordo.
E o SOL entre pela janela do quarto saudando minha cara deslumbrada. É sábado e tenho coisas pra fazer. Algumas não muito agradáveis, mas a ofuscância do sol dá uma injeção de ânimo em minha preguiça... E lá vou eu...
E o SOL entre pela janela do quarto saudando minha cara deslumbrada. É sábado e tenho coisas pra fazer. Algumas não muito agradáveis, mas a ofuscância do sol dá uma injeção de ânimo em minha preguiça... E lá vou eu...
E voltei... Ando arrumando uns poemas para formar um livro. Tenho uma editora no meu pé, para fechar contrato. Sempre quis ter livros meus publicados, alcançando o mundo. E não entendo agora, diante desta leve possibilidade, um certo marasmo inexplicável toma conta de mim. Lembrei-me, no entanto, de um poema metalinguístico que criei num dado momento em que planejava uma aula de figuras de estilo. Posso afirmar que os alunos curtiram muito. Por isso memso pensei neste "meta-poema" como introdutor de minha primeira obra poética que se intitulará, talvez, "Poesia de Mim"...
Metalinguafem na Poesia
Queria tanto
Ser o EU-LÍRICO
Que em teus VERSOS
Faz o CONTEÚDO
E deixa confuso
O SENTIDO das palavras...
Queria ser
O som das RIMAS
A entoar teu canto
E na MÉTRICA do verso
Ser a ELISÃO, a CRASE!
A unir-te, em RITMO, ao tom...
Queria, no brilho das IMAGENS,
Ampliar a inspiração sensorial
Que, vez por outra, me escapa,
Deixando-me insatisfeita...
Queria, no ardil da METÁFORA,
Captar o sentido de tua alma
Que, em suaves eflúvios multicores,
Explana-se nos matizes da SINESTESIA...
Queria, aqui e ali, inserir
Palavras de amor, e tantas...
Que as RIMAS, perplexas,
Sairiam, aos gritos, desconexas...
Queria, por IRONIA,
Provocar CACÓFATOS,
E, na AMBIGÜIDADE,
Do PLEONASMO louco,
Deixaria, tontas, as palavras,
Que, de tão assustadas,
Dessem gritos APOSTRÓFICOS
E em GRADAÇÃO chegassem
A um CLÍMAX confuso e tosco...
Queria ALITERAR os teus anseios
Na busca de um VERSO PERFEITO,
Para que, embriagado do perfume,
Das notas musicais risonhas,
Adormecesses na PROSOPOPÉIA
Da suave melodia da minha luz...
E acordasses na ASSONÂNCIA
De uma orquestra sem par!
Queria, no PARADOXO,
Do fogo que não arde,
Da dor que não se sente
E da luz que não se vê,
Estar contigo... ainda...
Nas... RETICÊNCIAS...
Mesmo... estando... ausente...
E, no final do poema,
À revelia da forma,
CRUZAR,
EMPARELHAR,
ALTERNAR,
INTERPOLAR
Todas as rimas,
de qualquer FORMA!
Ser o EU-LÍRICO
Que em teus VERSOS
Faz o CONTEÚDO
E deixa confuso
O SENTIDO das palavras...
Queria ser
O som das RIMAS
A entoar teu canto
E na MÉTRICA do verso
Ser a ELISÃO, a CRASE!
A unir-te, em RITMO, ao tom...
Queria, no brilho das IMAGENS,
Ampliar a inspiração sensorial
Que, vez por outra, me escapa,
Deixando-me insatisfeita...
Queria, no ardil da METÁFORA,
Captar o sentido de tua alma
Que, em suaves eflúvios multicores,
Explana-se nos matizes da SINESTESIA...
Queria, aqui e ali, inserir
Palavras de amor, e tantas...
Que as RIMAS, perplexas,
Sairiam, aos gritos, desconexas...
Queria, por IRONIA,
Provocar CACÓFATOS,
E, na AMBIGÜIDADE,
Do PLEONASMO louco,
Deixaria, tontas, as palavras,
Que, de tão assustadas,
Dessem gritos APOSTRÓFICOS
E em GRADAÇÃO chegassem
A um CLÍMAX confuso e tosco...
Queria ALITERAR os teus anseios
Na busca de um VERSO PERFEITO,
Para que, embriagado do perfume,
Das notas musicais risonhas,
Adormecesses na PROSOPOPÉIA
Da suave melodia da minha luz...
E acordasses na ASSONÂNCIA
De uma orquestra sem par!
Queria, no PARADOXO,
Do fogo que não arde,
Da dor que não se sente
E da luz que não se vê,
Estar contigo... ainda...
Nas... RETICÊNCIAS...
Mesmo... estando... ausente...
E, no final do poema,
À revelia da forma,
CRUZAR,
EMPARELHAR,
ALTERNAR,
INTERPOLAR
Todas as rimas,
de qualquer FORMA!