Às vezes, fico a refletir sobre a perfeição do Ser... E a encontro exatamente onde ela deveria estar. Basta olhar os traços inocentes de uma criança; a simetria dos olhos, nariz e boca... E aquelas faces levemente apessegadas transbordando chamegos, numa hidratação tão natural?
E a ternura, o carinho, o jeitinho? O gesto puro de quem sabe que o mundo nem percebe sua sede de existir e de mostrar que quer crescer cheio de esperanças no futuro. Sem conhecer as artimanhas do mundo, segue exercitando sua curiosidade que o levará a um amanhã cheio de novidades... E se ele pudesse definir-se em relação ao mundo, diria:
Ei... Estou aqui!
Não está me enxergando?
Isso mesmo... Sou Eu!
Chamo-me Augusto e sou de Xerez.
Quero crescer e ter a chance de mostrar a que vim.
Sim... Sou um ser pleno e só preciso de amor!
O resto, deixa comigo que eu te mostro
no dia a dia de minha suave fantasia!
Só quero que compreendas minha linguagem,
esta que sai de meus olhos vivos e te fazem apaixonar...
Sou uma gracinha, eu sei... Mas trago em mim uma grande missão.
Que, se me derem terreno fértil, vou ser um homem grandão!
In: Peripécias de Guto de Xerez